sábado, 9 de janeiro de 2016

LIBERTE-SE DA DROGA CHAMADA AMOR DOENTE!


Tenho visto o quanto o álcool, as drogas e tantos outros vícios destróem uma vida. Mas nada se compara ao que a co-dependência emocional consegue fazer na vida e na história de uma pessoa. É o vício na pessoa que amamos de forma doentia, mesmo que não reconheçamos o lado doente "da coisa" e achemos que trata-se apenas de um "amor incondicional". Esse vício pode matar a alma e minar o futuro das próximas gerações. Acontece, frequentemente, no contexto familiar. É comum e só aparentemente inofensivo na tão falada relação pais e filhos. Por ser uma relação tão singela,os envolvidos não se apercebem do erro que estão cometendo e do perigo que estão correndo.
Fazendo uma analogia, a co-dependência pode ser exemplificada como duas pessoas. Uma está sentada numa cadeira que não tem um dos pés. A outra está no lugar daquele pé ausente, mantendo com as próprias mãos, o equilíbrio daquela cadeira para assegurar que a outra pessoa não caia. Se um desistir, o outro cai. Se quem está na cadeira pedir pra quem está segurando sair, essa pessoa perde a razão de ser, pois ela passou a vida inteira naquela posição e simplesmente acredita que só serve pra aquilo, mesmo que esteja visivelmente cansada e sobrecarregada. Essa relação, na verdade, não é boa pra nenhum dos dois, mas a dor da abstinência é tão grande que ambos se mantêm aprisionados, mesmo com as chaves da cela nas mãos. No final, é uma relação de amor e ódio, de barganha e de um egoísmo exacerbado, mas travestido de autruísmo. Talvez para você que está lendo, tudo seja confuso. Vou então exemplificar um pouco mais. Um ordenança bíblica é que quando um homem casa, deve deixar pai e mãe, e unir-se a sua mulher, tornando-se uma só carne com ela. Não é o abandono dos pais, mas eles deixam de ser prioridade e passam a ficar em segundo plano no cenário e isso deve acontecer sem nenhuma culpa. Mas, quando há co-dependência, isso não acontece e as tentativas acabam trazendo muita culpa no filho e muita acusação por parte dos pais.
Normalmente pais, ou geralmente mães que se dedicaram em extremo aos filhos, seja deixando de trabalhar fora para ficar com eles, sejam indo trabalhar fora para sustentá-los da melhor forma, sentem que os filhos têm uma dívida eterna e encontram um jeito sutil de cobrá-la. Quando os filhos crescem e tomam suas próprias decisões, elas se vêem no direito de interferir. Elas querem continuar cuidando deles como se fossem eternas crianças. Eles não gostam disso, mas se acostumam e vêem as vantagens dessa situação,pois se não podem tomar suas próprias decisões, também não precisam se preocupar com as consequência. Colocam a culpa na mãe ou pai co-dependente e continuam crianças de 30, 40, 50 anos. Estar nessa prisão não é fácil, mas torna-se um lugar conhecido onde você não precisa amadurecer e quando algo dá errado, você tem a quem culpar. Muito cômodo, não? Quando os pais são acusados de culpados, sentem-se ressentidos e dizem a célere frase: "eu fiz tudo pelo meu filho e assim que ele me retribui". O amor doente tem os momentos de ódio interno e a vida se torna amarga.Tudo isso por causa de uma co-dependência emocional que nunca deveria ter existido, começou na infância e perdurou a vida inteira destruindo a chance de cada um viver a liberdade e as fases próprias de suas vidas,assumindo suas consequências e festejando suas próprias conquistas. O filho que consegue, a duras penas, casar e ter uma família, acaba transferindo para o cônjuge e para seus próprios filhos o mesmo amor doente. O ciclo da co-dependência então gera suas novas vítimas que se transformarão em vilões ou na verdade oscilam a vida enteira entre esses dois papéis. A paz de todos fica permanentemente comprometida, porque a felicidade e o senso de realização está no que o outro faz e não no que nós fazemos. Interessante que o casamento dos pais já se comprometeu no nascedouro quando houve uma troca de valores e os pais viveram em função dos filhos e não estabeleceram o princípio de que o casamento é a base da família. Muitos se divorciam quando o ninho está vazio ou nunca se divorciam porque têm em comum a missão de resolver os problemas dos filhos que nunca amadureceram. Eles só têm esse assunto a tratar e nada mais. Essa co-dependência mais forte entre mãe e filhos só piora com o aumento do divórcio. As mães se apegam aos filhos como único e verdadeiro "amor", criam expectativas elevadíssimas do que elas irão receber em troca por terem criado os filhos sozinhas e passam a viver em função deles, mesmo quando eles já cresceram e têm suas próprias famílias. O senso de significado delas é manter-se útil na vida deles e para isso, interferem na relação conjugal, na criação dos filhos, nas decisões financeiras, etc, tudo com a desculpa convincente de que: "eu sou sua mãe e abri mão de muita coisa por você e agora você não pode me ignorar desse jeito". Numa balança de cobranças e numa opressão emocional quase que insuportável, as relações vão perdurando e causando mais dor do que prazer no dia-a-dia das pessoas envolvidas. Eu me canso só de imaginar, mas sei que quando a família não se estrutura de forma saudável, é exatamente isso que acontece. Quando um assume o papel do outro, é isso que se espera. O pior é que esse vício ninguém enxerga e aqueles que percebem, raramente pedem ajuda, pois apesar do mal que lhes causa, não conseguem nem imaginar suas vidas se esses problemas deixarem de existir, por isso não se esforçam para mudarem a eles mesmos ao invés de esperar que o outro mude. Nessa roda viva que tem gerado morte dos sentimentos mais saudáveis planejados por Deus, alguém precisa se atrever a dar um fim. Isso significa pagar o preço da liberdade e de assumir suas próprias escolhas arcando com as consequências. Confesso que nem a religião tem sido capaz de mudar tal cenário. É preciso muito mais que isso. É preciso que os envolvidos experimentem o amor perfeito de Deus que promove a liberdade e não aprisiona ninguém. É preciso que reconheçam seu pecado de idolatria, quebrem o altar que foi construído em suas casas onde cada um sobe e desce dele como lhe convém, causando tristeza e frustração. É preciso aprender a abrir mão do controle daquilo que nunca esteve no seu controle de verdade. É preciso até delimitar espaços, manter-se distante, descobrir o que é amor na perspectiva de Deus, perdoar-se a si mesmo pelo sentimento de posse e pelos prejuízos causados a tantas pessoas. Perdoar a si mesmo pela covardia de não querer crescer. Buscar ajuda no AMOR perfeito que nos ensina a amar na dose certa, da maneira certa,amando primeiramente a Ele, depois a si mesmo e depois ao próximo!
Quer saber se você sofre desse vício? Faça a si mesmo(a) duas perguntas: " minha paz depende de alguém? A paz de alguém depende de mim?" Se, pelo menos uma das respostas for afirmativa, é possível que você sofra desse mal travestido de bem!
Adriana Garcia.

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