Após a queda, o grande desafio do homem foi restaurar a sua liderança e o grande desafio da mulher foi restaurar a sua submissão à liderança do homem. A omissão de Adão e a independência de Eva são claramente observadas no contexto que envolveu a serpente e a entrada do pecado na história da raça humana. Não haveria maior sacrifício para a mulher do que ter seu desejo submisso ao seu marido e o grande esforço do homem seria se recolocar como líder, já que sua personalidade caída é bastante marcada pela acomodação e fuga de suas responsabilidades. Mulheres têm iniciativa demais e homens têm iniciativa de menos. Isso não é uma qualidade para a mulher e nem um defeito para o homem, é apenas a constatação da realidade que pode ser vista no casamento, na igreja, no trabalho e na sociedade em geral. Por isso, ambos são desafiados por Deus a superar suas limitações e a funcionar como Ele planejou. O homem precisa assumir sua postura de líder e autoridade sobre sua casa. A mulher precisa submeter-se à liderança do homem, independentemente se ela tem ou acha que tem potencial de superá-lo em muitos aspectos. Não estamos falando de qualidades, potenciais em cada gênero, estamos falando de hierarquias que protegem a ambos, quando consideradas, e que prejudicam a ambos quando ignoradas.
Em muitas igrejas, é público o apoio e a ação das mulheres nas atividades, assumindo lideranças e fazendo acontecer. Alguns pastores dizem: "o que seria do meu ministério se não fossem as mulheres.É com elas que posso contar em todos os momentos". Mulheres oram mais, são mais sensíveis espiritualmente e estão mais prontas a servir, inclusive assumindo a liderança. Em casa, a mulher é vista como pilar da família. No trabalho, grandes iniciativas e criações partem de mentes femininas. Mas passa desapercebido pela maioria que toda essa energia dispensada pelas mulheres, é fruto, muitas vezes, da omissão e acomodação do homem nesses mesmos contextos. Reforçar o potencial feminino nestas relações só reforça também ser desnecessário que o homem se mobilize, aja, saia do lugar. Então, as "qualidades" delas, acabam consolidando os "defeitos" deles e uma guerra se instala. Muitas mulheres de potencial estão visivelmente sobrecarregadas, estressadas e vulneráveis a doenças resultado de um estresse por assumir posições que não foram planejadas por Deus para elas. Muitos homens estão ociosos, alimentando uma covardia numa vida sem significado e sem conquistas, tornando-se vulneráveis a todo tipo de pecado, por causa de uma irresponsabilidade crônica que os atingiu e que os coloca numa posição confortável diante de si mesmos mas reprovável diante de Deus. Você já pensou se as empresas não tivessem líderes e liderados? Se hierarquicamente todos fossem iguais? Imagine se todos fossem líderes? Haveria muita direção, muita opinião e ninguém para executar. Imagine se todos fossem liderados? Não haveria nenhuma direção, nenhuma opinião e nenhuma ação. Quando falo do papel do homem como líder e da mulher como auxiliadora, como submissa a liderança do homem, não estou questionando o potencial de cada um e nem fazendo diferença entre eles no nível de importância, nem mesmo fazendo alusão ao machismo ou feminismo, estou simplesmente chamando a atenção para uma hierarquia instituída por Deus para o bom funcionamento da sociedade como um todo e para a proteção e bem estar de ambos - homens e mulheres. Não há necessidade de uma guerra dos sexos para provar quem é mais importante, quem é mais capaz. Deus planejou de maneira que um complementa o outro e ambos tornam-se um time invencível quando cada um assume seu papel e age em sua jurisdição sem invadir o espaço do outro.
Lamentavelmente, muitos interpretam a liderança masculina com autoritarismo e a submissão feminina com subserviência. Os abusos e equívocos acabam sendo a principal razão de tanta gente resistente a descobrir e viver o equilíbrio que Deus planejou. No outro extremo, há uma exaltação da mulher e uma depreciação do homem que acabam reforçando um sistema de valores e princípios que são contrários aos de Deus, mas que estão valendo, lamentavelmente,inclusive em contextos cristãos. A sutileza com que acreditamos que não é nada demais a mulher assumir a posição de liderança e não é nada novo o homem abrir mão de sua autoridade, perpetua uma guerra que em alguns contextos é declarada e em outros contextos é uma guerra fria que aborta os planos perfeitos de Deus para ambos.Nunca será fácil para a mulher se submeter ao homem e nunca será fácil para o homem exercer de forma saudável a sua liderança. Mas ambos os esforços são extremamente necessários para que a família, a igreja e a sociedade como um todo possa experimentar o ideal de Deus nas relações humanas.
Adriana Garcia